Passo a Passo 1

Peça BC-F2 - Série Folhas

Argila Terracota
Técnica de bolinhas

Iniciar forrando a peça molde (pote de plástico) com filme de PVC.
Amassar bem com as mãos bolinhas de argila e ir pressionando sobre o molde, tomando cuidado para manter a mesma espessura da argila (cerca de 1 dedo) (Foto 1).

Deixar secar um pouco a peça e retirar com cuidado do molde (Foto 2).

Fazer a outra metade utilizando o mesmo molde de plástico (Foto 3) e pressionar um molde de metal no formato de folha contra o fundo dessa nova metade da peça.

Retirar o molde de metal deixando um recorte no formato de uma folha na peça (Fotos 4 e 5) alisando a parte de trás com uma espátula (pode-se utilizar um cartão de crédito usado).

Usar barbotina (uma pasta bem mole, feita basicamente de argila e água) para colar as duas metades da peça, fazendo ranhuras nas bordas das duas partes para ajudar a aderência entre elas (Foto 6).

Acertar as duas metades da peça com cuidado para que não rachem (Foto 7).

Depois de colar com barbotina, “costurar” as duas partes “riscando” de um lado para outro de modo a misturar a argila das duas metades (Foto 8).

Cobrir o local da costura com "cobrinhas"de argila e alisar com as mãos. Usar a espátula para acabamento, alisando as laterais da peça (Foto 9).

A peça está pronta para secagem em temperatura ambiente (Foto 10) e então para a queima em forno de baixa temperatura.

A primeira queima ocorreu a 900 ºC, formando o chamado "biscoito". A peça foi então esmaltada com esmalte debaixa temperatura, derramando-se no seu interior esmalte cinza bem claro, movimentando-se a peça de modo que o esmalte cubra toda a superfície interna e escorrendo-se com cuidado o excesso de esmalte.
A superfície exterior foi coberta a pincel com 3 camadas de esmalte vermelho. A peça esmaltada foi então queimada em forno a 980 ºC.
E aí temos o a peça pronta (Fotos 11 e 12).

Eu fiquei muito feliz com o resultado. Adorei o formato da peça e o contraste das cores. Foi bem o que eu estava esperando, o que em trabalhos com cerâmica não é tão frequente. Nem sempre a peça que sai do forno é a que se tinha em mente.
A cerâmica é temperamental, tem vontade própria, que vem da força da natureza contida no barro (terra e água) e que se expressa na queima no forno (ar e fogo).
E é isso que torna a arte da cerâmica tão envolvente.
O grande desafio não é vencer a natureza, mas tentar entender os seus mistérios e tê-la como parceira e aliada nessa incrível viagem de transformação do barro nos objetos de nossos sonhos.
Até o próximo Passo a Passo.